A História da música é muito antiga, visto que desde os primórdios os
homens produziam diversas formas de sonoridade.
Esse é um tipo de arte que trabalha com a harmonia entre os sons, o
ritmo, a melodia, a voz. Todos esses elementos são importantes e podem
nos transportar para outro tempo e espaço, resgatar memórias e reacender
emoções.
Veremos como essa linguagem artística caminhou durante os séculos até
os nossos dias para adquirir as características que possui hoje no
Ocidente.
Música na Pré-História
A humanidade possui uma relação longa com a música, sendo essa
umas das formas de manifestação cultural mais antigas.
Ainda na pré-história, há mais de 50 mil anos, os seres humanos
começaram a desenvolver ações sonoras baseadas na observação dos
fenômenos da natureza.
Os ruídos das ondas quebrando na praia, os trovões, a comunicação
entre os animais, o barulho do vento balançando as árvores, as
batidas do coração; tudo isso influenciou as pessoas a também
explorarem os sons que seus próprios corpos produziam.
Como, por exemplo, os sons das palmas, dos pés batendo no chão,
da própria voz, entre outros.
Nessa época, tais experimentações não eram consideradas arte
propriamente e estavam relacionadas à comunicação, aos ritos
sagrados e à dança.
Música no egito
No Egito Antigo, ainda em 4.000 a.C., a música era muito presente,
configurando um importante elemento religioso. Os egípcios
consideravam que essa forma de arte era uma invenção do deus
Thoth e que outro deus, Osíris, a utilizou como uma maneira para
civilizar o mundo.
A música era empregada para complementar os rituais sagrados
em torno da agricultura, que era farta na região. Os instrumentos
utilizados eram harpas, flautas, instrumentos de percussão e cítara
- que é um instrumento de cordas derivado da lira.
Música na Mesopotâmia
Na região da Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates,
habitavam os povos sumérios, assírios e babilônios. Foram encontradas
harpas de 3 a 20 cordas na região onde os sumérios viviam e estima-se
que sejam objetos com mais de 5 mil anos. Também foram descobertas
cítaras que pertenceram ao povo assírio.
Música na china
Na Ásia - em torno de 3.000 a.C. - a atividade musical prosperou
na Índia e China. Nessas regiões, ela também estava fortemente
relacionada à espiritualidade.
O instrumento mais popular entre os chineses era a cítara e o
sistema musical utilizado era a escala de cinco tons - pentatônica.
Já na Índia, em 800 a.C., o método musical era o de "ragas", que
não utilizava notas musicais e era composto de tons e semitons.
Música na Grécia e em Roma
Podemos observar que a cultura musical na Grécia Antiga funcionava
como uma espécie de elo entre os homens e as divindades.
Tanto que a palavra "música" provém do termo grego mousikē,
que significa "a arte das musas". As musas eram as deusas que
guiavam e inspiravam as ciências e as artes.
É importante ressaltar que Pitágoras, grande filósofo grego,
foi o responsável por estabelecer relações entre a matemática e a
música, descobrindo as notas e os intervalos musicais.
Sabe-se que na Roma Antiga, muitas manifestações artísticas foram heranças da cultura grega, como a pintura e a escultura. Supõe-se, dessa forma, que o mesmo ocorreu com a música. Entretanto, diferente dos gregos, os romanos usufruíam dessa arte de maneira mais ampla e cotidiana.
Música na Idade Média
Durante a Idade Média a Igreja Católica esteve bastante presente
na sociedade europeia e ditava a conduta moral, social, política
e artística.
Naquela época, a música teve uma presença marcante nos cultos
católicos. O Papa Gregório I - século VI - classificou e compilou
as regras para o canto que deveria ser entoado nas cerimônias da
Igreja e intitulou-o como canto gregoriano.
Outra expressão musical do período que merece destaque são as
chamadas Cantigas de Santa Maria, que agregam 427 composições
produzidas em galego-português e divididas em quatro manuscritos.
Uma importante compositora medieval foi Hidelgard Von Bingen, também
conhecida como Sibila do Reino.
Música no Renascimento
Já na época renascentista - que compreende o século XIV até o século
XVI - a cultura sofreu transformações e os interesses estavam voltados
para a razão, a ciência e o conhecimento do próprio ser humano.
Tais preocupações se refletiram também na música, que apresentava
características mais universais e buscava se distanciar dos costumes
da Igreja.
Uma característica significativa da música nesse período foi a
polifonia, que compreende a combinação simultânea de quatro ou mais
sons.
Podemos citar como um grande compositor da Renascença Thomas Weelkes.
Música no Barroco
A partir do século XVII, o movimento barroco promove mudanças marcantes
no cenário musical.
Foi um período bastante fértil e importante para a música ocidental e
apresentava novos contornos tonais, com a utilização do modo jônico
(modo “maior”) e modo eólio (modo “menor”).
O surgimento das óperas e das orquestras de câmaras também acontece
nessa fase, assim como o virtuosismo dos músicos ao tocar os
instrumentos. Os maiores representantes da música barroca foram
Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti,
entre outros.
Música no Classicismo
No Classicismo, que corresponde ao período em torno de 1750 e 1830,
a música adquire objetividade, equilíbrio e clareza formal, conceitos
já utilizados na Grécia Antiga.
Nessa época, a música instrumental e as orquestras ganham ainda mais
destaque. O piano toma o lugar do cravo e novas estruturas musicais
são criadas, como a sonata, a sinfonia, o concerto e o quarteto de
cordas.
Os artistas que se sobressaíram são Haydn, Mozart e Beethoven.
Música no Romantismo
No século XIX, o movimento cultural que surgiu na Europa foi o
Romantismo. A música predominante tinha como qualidades a liberdade
e a fluidez, e primava também pela intensidade e vigor emocional.
Esse período musical é inaugurado pelo compositor alemão Beethoven - com
a Sinfonia nº3 - e passa por nomes como Chopin, Schumann e sua esposa
Clara Shumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros.
Música no Século XX
No século XX, a música ganha nova roupagem e uma grande transformação
ocorre com o surgimento do rádio.
Novas tecnologias e suportes para a gravação e divulgação musical
ajudam a popularizar essa linguagem artística e projetar cantores e
compositores, já que eles não dependiam somente dos concertos musicais.
Com uma cartela de opções mais variadas, o público começa a ter
contato com outros tipos de música.
É importante também destacar a presença da música atonal - ou seja,
que não possui um centro tonal nem uma tonalidade preponderante.
Há também a dodecafônica, que trata as doze notas da escala cromática
como equivalentes.
Alguns artistas também passam a incorporar novos elementos em suas
produções, como instrumentos até então pouco explorados e objetos
sonoros.
Um exemplo é o multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, que
tira sons tanto de flautas e pianos como de objetos do cotidiano como
chaleiras, pentes, copos d'água e brocas de dentistas. A compositora
Adriana Calcanhoto também possui um projeto de música infantil que
faz uso de diversos brinquedos para produzir suas composições.
Podemos citar como grandes nomes da música do século XX o brasileiro
Heitor Villa-Lobos, o russo Igor Stravinsky, o nigeriano Fela Kuti, a
pianista carioca Chiquinha Gonzaga, o norte-americano Louis Armstrong,
a francesa Lili Boulanger, o argentino Astor Piazzolla, e muitos
outros.